domingo, 9 de junho de 2013

"Novos modelos de 300 a 500cc foram criados para a Europa, mas resolverão o problema do Brasil"

06/06/2013 às 18h04m

 
CB 500 2014
O mercado de motos brasileiro está perto de resolver uma deficiência de mais de uma década graças à União Europeia. Parece improvável, mas modelos de 300 a 500cc renasceram na Europa por causa de uma nova legislação. Em janeiro deste ano foi criada a categoria de habilitação “A2” (motos de até 47,5 cv), na qual o motociclista precisa permanecer por dois anos até ter acesso ao paraíso das motos de potência irrestrita. Até então, esse degrau para as motos de alta cilindrada simplesmente não era necessário na Europa. Já no Brasil, principalmente por razões econômicas, essas motos nem sempre representaram um passo, e sim a chegada ao paraíso – proporcionam viagens confortáveis e viabilidade em uso cotidiano sem custos estratosféricos, papel que a Honda CB 400 cumpriu na década de 1980 e a CB 500 na década seguinte.
O que temos a ver com a nova categoria “A2” de habilitação na Europa? Essa realidade que parece tão distante da nossa – sequer temos o sistema de habilitação por categorias para motos no Brasil – foi responsável pela criação de novos modelos que se encaixam perfeitamente na atual lacuna de opções brasileira. Num cenário de desenvolvimento de modelos globais, que ajudam a reduzir os custos das fabricantes, a Honda criou e já começa a exportar para fora da Europa a nova CB 500 (47 cv); a KTM acaba de iniciar as vendas da 390 Duke (43 cv); e a Kawasaki renovou a Ninja 250 com uma versão “bombada” de 300cc e 39 cv. A Ninja está à venda no Brasil desde o fim do ano passado, após um louvável esforço de lançamento mundial simultâneo que incluiu o país na agenda. As outras duas fabricantes preparam os lançamentos locais já como parte da linha 2014.
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KTM 390 Duke

A Honda esperava avidamente pelo novo projeto mundial e já planejava seu lançamento no país há mais de dois anos, quando sequer havia notícias sobre a futura novidade na Europa. Lembro-me de ter ouvido de uma fonte da marca, meses antes do Salão Duas Rodas de 2011, que a nova CB de média cilindrada não seria um lançamento para aquele salão. Será no de 2013. A faixa de preço será intermediária entre Ninja 300 e ER-6, provavelmente mais próxima da última. 
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Ninja 300 SE

A última a chegar, com um histórico não menos interessante, provavelmente será a KTM. A tentativa de desembarcar no país dois anos atrás com uma planta para modelos de baixa cilindrada em Manaus (AM), em sociedade turbulenta com o representante local Grupo Izzo, fracassou. Recentemente, o CEO da marca disse que busca o parceiro certo para não repetir os erros do passado e replicar em maior escala a operação que já funciona na Colômbia, onde a montadora local Auteco vem abastecendo o mercado com a 200 Duke. A versão 390 custa apenas 10% mais, quase o preço da Ninja 300.
Fontes ligadas à J.Toledo (representante Suzuki) afirmam que a empresa esteve em contato com a KTM e haveria outra montadora nacional no páreo. A empresa brasileira nega. O anúncio da escolhida pode acontecer ainda neste segundo semestre, mas a operação comercial ficaria para 2014. Seja qual for o desfecho nos bastidores da nova sociedade austro-brasileira, é certo que agora estamos a um passo de ter opções para o upgrade das 250cc.
Por: Marcelo Assumpção (editor-chefe de Duas Rodas)

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